Bahia tem segunda maior taxa de desemprego do Brasil no 1º trimestre
Desempregados mantêm esperança na busca por trabalho – Foto: Edilson Lima | Ag. A TARDE | 24.01.2017
A Bahia fechou o primeiro trimestre de 2025 com taxa de desemprego de 10,9%, mantendo-se como o segundo estado com maior índice de desocupação do país, atrás apenas de Pernambuco (11,6%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) Trimestral, divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (16). Apesar do alto percentual, trata-se da menor taxa já registrada para um primeiro trimestre em toda a série histórica do levantamento, iniciada há 13 anos.
No entanto, o número de desempregados subiu 60 mil pessoas em comparação com o último trimestre de 2024, alcançando 780 mil baianos sem ocupação no início de 2025. A população ocupada no estado também recuou, passando de 6,522 milhões para 6,364 milhões de trabalhadores, uma queda de 2,4% no trimestre. Em contraste, a comparação anual mostra uma alta de 5,6% no número de pessoas com trabalho na Bahia, o que representa um acréscimo de 326 mil ocupados em relação ao primeiro trimestre de 2024.
Mulheres lideram taxa de desocupação
As mulheres continuam sendo o grupo mais afetado pela falta de oportunidades no estado. Elas representaram a maioria entre os desocupados, com 647,7 mil mulheres fora do mercado de trabalho, frente a 589,2 mil homens no mesmo cenário. A desigualdade de gênero se mantém como um fator crítico no mercado baiano.
“Tem mão de obra, mas falta oportunidade”
O cenário revela uma contradição: embora o estado conte com ampla mão de obra disponível e em busca de emprego, as vagas oferecidas ainda são insuficientes para absorver essa demanda. A taxa de desocupação, mesmo em queda em relação a trimestres anteriores, permanece elevada, acima da média nacional de 7,0%.
Segundo o IBGE, a alta no número de desempregados entre o final de 2024 e o início de 2025 reflete fatores sazonais, como o fim de contratos temporários do período de festas e férias e o retorno de pessoas ao mercado de trabalho após a pausa de fim de ano.
Salvador vai na contramão e registra queda no desemprego
Na capital baiana, o cenário é mais positivo. Salvador teve a menor taxa de desocupação da série histórica da PNADC, considerando todos os trimestres já avaliados. A taxa caiu para 9,2%, acompanhada por reduções tanto na capital quanto na Região Metropolitana.
A capital baiana encerrou o primeiro trimestre com 1,413 milhão de pessoas trabalhando, número ligeiramente inferior ao do trimestre anterior (1,422 milhão), mas com queda também no número de desocupados, que passou de 153 mil para 143 mil.
Na Região Metropolitana, o número de ocupados recuou de 1,958 milhão para 1,928 milhão, enquanto a população desempregada caiu de 225 mil para 210 mil.
Desemprego cresceu em 12 estados
Em nível nacional, a taxa de desemprego foi de 7,0% no primeiro trimestre, com aumento em 12 das 27 unidades da federação. O índice foi maior entre as mulheres (8,7%) do que entre os homens (5,7%).
Por raça, os brancos registraram taxa de desocupação de 5,6%, abaixo da média nacional, enquanto os pretos (8,4%) e pardos (8,0%) apresentaram índices mais elevados. A escolaridade também teve impacto: pessoas com ensino médio incompleto foram as mais afetadas (11,4%), seguidas por aquelas com ensino superior incompleto (7,9%). Já quem concluiu o ensino superior apresentou a menor taxa de desocupação (3,9%). fonte: A Tarde