Montenegro lidera eleições em Portugal, mas depende de nomeação presidencial para se tornar primeiro-ministro
Montenegro reúne cerca de 32% dos votos. Já o Partido Socialista (PS) e o Chega contemplam cerca de 20% cada.
Com mais de 98% das urnas apuradas, Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática (AD), está prestes a vencer as eleições legislativas deste domingo (18) em Portugal. A coligação de centro-direita obteve cerca de 32% dos votos, superando o Partido Socialista (PS), de Pedro Nuno Santos, e o partido Chega, de André Ventura, que aparecem empatados com cerca de 20% cada.
Apesar da vitória nas urnas, Montenegro ainda precisa ser oficialmente nomeado primeiro-ministro pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Isso só ocorrerá após uma rodada de consultas com os partidos que elegeram representantes para o parlamento, já que a AD não conquistou maioria absoluta.
A eleição foi convocada após Montenegro, que já exercia o cargo de primeiro-ministro interino, perder um voto de confiança no parlamento em março. A queda ocorreu em meio a acusações envolvendo uma empresa de consultoria ligada à sua família — acusações que ele nega veementemente. Mesmo assim, as pesquisas indicavam que sua popularidade e credibilidade permaneciam altas junto ao eleitorado.
Durante a campanha, Montenegro manteve firme sua recusa em formar alianças com o Chega, partido de extrema direita. “Não significa não”, reafirmou o líder da AD, posicionando-se contra qualquer aproximação com Ventura.
Ainda assim, André Ventura comemorou o resultado do pleito. Para ele, o empate técnico com o Partido Socialista representa o fim do domínio bipartidário em Portugal. “É um resultado histórico”, declarou.
Diferente do sistema eleitoral brasileiro, em Portugal vota-se no partido, e não diretamente no candidato. A AD é uma coligação formada pelo Partido Social-Democrata (PSD) e pelo conservador CDS-PP. A aliança venceu as eleições anteriores, em março de 2024, com 28,8% dos votos, mas sofreu abalos políticos desde então.
Com a nova votação, Montenegro tenta reconsolidar sua liderança e promete continuar a agenda traçada no último ano: redução de impostos, controle da imigração e medidas para enfrentar a crise habitacional. fonte: A Tarde