Policia / Justiça

Queda da farda: PMs baianos são alvos de operação contra lavagem de dinheiro e jogo do bicho em Feira de Santana

Operação recebeu o nome FALLEN, que em português significa “caído”, devido à participação de membros da segurança pública na agremiação criminosa – Foto: Divulgação | PF

Operação Fallen, desdobramento da El Patrón, revela envolvimento de agentes da segurança pública em organização criminosa com atuação milionária

A confiança na farda foi abalada em Feira de Santana. Policiais militares estão no centro de uma nova ofensiva contra o crime organizado na Bahia. Deflagrada nesta quarta-feira (28), a Operação Fallen mirou uma organização criminosa acusada de lavagem de dinheiro, jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação qualificada, entre outros crimes.

Coordenada pela Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Estadual (GAECO), a Força Correcional Integrada (FORCE/COGER/SSP/BA) e a Corregedoria da Polícia Militar da Bahia, a operação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Criminal de Feira de Santana.

O caso é um desdobramento da Operação El Patrón, deflagrada em dezembro de 2023, que já havia revelado um esquema milionário com bloqueio de mais de R$ 200 milhões, sequestro de 26 propriedades e prisões preventivas de integrantes da quadrilha. Agora, a nova fase aprofunda a apuração do envolvimento de policiais militares, alguns dos quais teriam atuado diretamente para destruir provas digitais com o objetivo de dificultar as investigações.

“Fallen”: símbolo da queda moral

O nome da operação — Fallen, que em português significa “caído” — não foi escolhido por acaso. Ele simboliza a degradação ética e a perda de integridade de servidores públicos que deveriam estar a serviço da lei, mas escolheram o caminho do crime. A nomenclatura expressa o abalo moral gerado pela participação de agentes da segurança pública em atividades ilícitas.

As investigações prosseguem, com o objetivo de identificar outros envolvidos e conexões criminosas ainda ocultas. Se condenados, os investigados poderão enfrentar penas superiores a 26 anos de prisão, somadas entre os crimes.


A Operação Fallen lança luz sobre uma dura realidade: quando quem deveria proteger, passa a corromper. A Justiça agora segue no encalço dos que traíram o próprio juramento. Fonte: A Tarde