BrasilEsporte

Presidente do Corinthians é indiciado por esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC em contrato com casa de apostas

Caso ocorreu nesta quinta-feira (22) em São Paulo  |    Reprodução/SCCP

A Polícia Civil de São Paulo indiciou nesta quinta-feira (22) o presidente do Corinthians, Augusto Melo, e outras três pessoas pelos crimes de furto qualificado, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O indiciamento é resultado de um inquérito que investiga supostas irregularidades no contrato de patrocínio entre o clube paulista e a empresa de apostas esportivas Vai de Bet.

Segundo os relatórios da investigação conduzida pelo delegado Tiago Fernando Correia, da 2ª Delegacia de Crimes Financeiros do DEIC, parte significativa da comissão paga pela casa de apostas foi desviada para a empresa UJ Football Talent Intermediação Ltda., identificada como uma organização de fachada usada por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para infiltração no mercado do futebol brasileiro.

De acordo com o inquérito, a UJ Football Talent é controlada por Danilo Lima de Oliveira, conhecido como “Tripa”, apontado como membro do PCC. A defesa de Danilo nega qualquer vínculo com o crime organizado. O delegado apresentou um organograma detalhado com o fluxo financeiro que teria permitido a transferência de valores oriundos do Corinthians para contas controladas por terceiros ligados à facção.

Os investigadores concluíram que o clube paulista foi alvo de um “sofisticado esquema de lavagem de dinheiro”, utilizando o contrato de patrocínio como fachada para a movimentação ilícita de recursos. A estrutura da operação envolvia empresas de intermediação, contratos simulados e contas bancárias de laranjas, dificultando o rastreamento da origem e do destino final dos valores desviados.

Em nota oficial, o Corinthians declarou que é “vítima das circunstâncias investigadas” e que não possui qualquer ingerência sobre o uso de recursos por parte de terceiros que recebem valores em decorrência de contratos celebrados pelo clube. A diretoria afirmou ainda estar colaborando com as autoridades e garantiu que medidas internas serão adotadas para reforçar os mecanismos de controle e compliance.

O caso gera uma crise sem precedentes na gestão de Augusto Melo, que assumiu a presidência do Corinthians em 2024 sob a promessa de profissionalizar e moralizar a administração do clube. A repercussão do escândalo se estende para o cenário político do futebol nacional e pode trazer desdobramentos no campo criminal, esportivo e institucional nos próximos dias. fonte: Bocão