“No G20, Lula Critica ‘Omissão’ da ONU e Aborda Mudanças Globais”
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e 1ª Sessão da Reunião de Líderes do G20: Combate à Fome e à Pobreza. Rio de Janeiro – Foto: Ricardo Stuckert | PR
Durante a reunião do G20 no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 18 de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) e questionou o privilégio dos países do Norte Global, com destaque para os Estados Unidos e nações europeias. Em seu discurso, Lula apontou a “omissão” do Conselho de Segurança da ONU como um dos principais fatores que ameaçam a paz global, ressaltando a necessidade de reformas profundas na estrutura da organização.
“A omissão do Conselho de Segurança [da ONU] tem sido, ela própria, uma ameaça à paz mundial. Não podemos esperar por uma nova guerra mundial ou por um colapso econômico para realizar mudanças significativas no cenário global”, declarou o presidente brasileiro. Uma de suas principais críticas foi direcionada ao poder de veto dos membros permanentes do Conselho, o que, segundo Lula, impede soluções mais inclusivas e justas para os problemas internacionais.
Lula defendeu uma reforma na governança global, propondo a inclusão de países do Sul Global, como nações da América Latina e África, nas decisões estratégicas da ONU. “A estabilidade mundial depende de instituições mais representativas. Precisamos de uma pluralidade de vozes que funcione como um vetor de equilíbrio. O futuro será multipolar, e aceitar essa realidade é o caminho para garantir a paz”, afirmou.
Além das críticas à ONU, Lula também abordou temas econômicos, destacando a necessidade de medidas para enfrentar as desigualdades globais. Ele reiterou sua defesa da taxação dos super-ricos, uma proposta que vem ganhando força no governo brasileiro e foi incluída no texto final apresentado pelo Brasil durante a presidência do G20. “Uma taxação de 2% sobre o patrimônio de indivíduos super-ricos poderia gerar cerca de US$ 250 bilhões por ano. Esses recursos poderiam ser destinados ao enfrentamento dos grandes desafios sociais e ambientais que o mundo enfrenta atualmente”, explicou Lula, reforçando seu compromisso com políticas de justiça social e econômica.
O discurso de Lula refletiu seu posicionamento em favor de uma governança global mais equitativa e inclusiva, que represente melhor os interesses de todos os países, especialmente aqueles do Sul Global, que historicamente têm menos voz nos grandes fóruns internacionais. fonte: A Tarde