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Caos e Crime: “Guerras de Espadas” Aterrorizam Salvador e Maragogipe no São Pedro

Foto: redes sociais

A noite de São Pedro se transformou em um cenário de terror e ilegalidade em bairros de Salvador e na cidade de Maragogipe, no Recôncavo Baiano, com a explosão das perigosas “guerras de espadas”. Essa prática, apesar de enraizada em parte da cultura junina, é um crime com potencial de causar sérias lesões e até mortes.

Em Salvador, os bairros de Periperi e Itapuã – especificamente as localidades de Nova Brasília e Baixa do Soronha – foram palco dessas arriscadas disputas. Imagens chocantes, enviadas à imprensa, mostram grupos correndo pelas ruas, arremessando espadas para o alto e contra outros participantes. Um vídeo em Itapuã, que gerou grande revolta, flagra um homem ferido no chão, cercado e atingido por fogos. A cidade de Maragogipe, conhecida por sua forte ligação com a tradição, também registrou a perigosa prática.

A Polícia Militar confirmou a identificação de ações delituosas em Itapuã e intensificou o patrulhamento na área. Em Periperi, a PM agiu rapidamente para conter os “princípios de ações delituosas”, garantindo a ordem pública.


Tradição Perigosa e Ilegal


Apesar de ser defendida por alguns como expressão cultural, a “guerra de espadas” é considerada crime desde 2017, amparada pelo Art. 16 do Estatuto do Desarmamento. A legislação proíbe a fabricação, posse ou uso de artefatos explosivos sem autorização, com pena que pode chegar a seis anos de prisão.

Além das consequências legais, o Corpo de Bombeiros alerta para os riscos alarmantes da fabricação artesanal desses artefatos, que geralmente ocorre em locais improvisados e sem segurança. Ao longo dos anos, a prática tem resultado em dezenas de acidentes graves, com vítimas sofrendo queimaduras severas e até amputações.

Moradores das áreas afetadas expressaram medo e indignação. “Parece que a rua vira uma zona de guerra. Temos crianças em casa, idosos. É um risco absurdo”, desabafou uma moradora de Nova Brasília de Itapuã, evidenciando o clima de apreensão.

As Polícias Civil e Militar continuam monitorando a situação e reforçam a importância de denúncias, que podem ser feitas de forma anônima pelos telefones 190 ou 181. Fonte: Informe Baiano