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Mesmo diante da comprovação de tortura sexual, ONU não reconhece Hamas como grupo terrorista

Bandeira de Israel Foto: EFE/EPA/MARTIN DIVISEK

Na última segunda-feira (11), a representante especial da ONU sobre Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten, compareceu a uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas para apresentar os resultados de um relatório sobre os crimes cometidos pelo Hamas contra as mulheres israelenses durante o massacre do 7 de outubro.

Ela caracterizou a situação como indescritível e brutal, resultando em profundo sofrimento humano. Além disso, afirmou que há evidências de que as vítimas foram submetidas a várias formas de tortura sexual, incluindo estupros. Segundo Patten, há razões para temer que as israelenses que seguem em cativeiro na Faixa de Gaza também estejam sendo submetidas a esses tipos de abusos.

Durante coletiva de imprensa, após a divulgação do relatório, Patten também apontou que há motivos razoáveis para acreditar que essa violência, que inclui outros “tratamentos cruéis, desumanos e degradantes”, pode continuar contra aqueles que ainda estão detidos pelo Hamas e outros extremistas na Faixa de Gaza.

Visita a Israel e a Cisjordânia
O relatório do gabinete de Patten foi resultado de uma visita oficial a Israel, a convite do governo, que incluiu uma visita à Cisjordânia, entre 29 de janeiro e 14 de fevereiro.

No ataque do Hamas em 7 de outubro, a equipe da missão da ONU constatou que há motivos para acreditar que a violência sexual relacionada ao conflito ocorreu em vários locais, incluindo estupro e estupro coletivo em pelo menos três locais no sul de Israel.

A equipe também encontrou um padrão de vítimas, a maioria mulheres, encontradas total ou parcialmente nuas, amarradas e baleadas em vários locais, o que “pode ser indicativo de algumas formas de violência sexual”. Em alguns locais, a missão disse que não pôde verificar os incidentes de estupro relatados.

Extensão total pode nunca ser conhecida
A equipe da ONU avalia que a verdadeira extensão da violência sexual cometida durante os ataques de 7 de outubro e suas consequências pode “levar meses ou anos para emergir e talvez nunca seja totalmente conhecida”.

A missão, composta por Patten e nove especialistas não tinha finalidade investigativa, mas realizou 33 reuniões com representantes israelenses, examinando mais de 5 mil imagens fotográficas e 50 horas de filmagens em vídeo. Foram realizadas 34 entrevistas confidenciais, inclusive com sobreviventes e testemunhas dos ataques de 7 de outubro, reféns libertados, socorristas e outros. O relatório afirma que as autoridades israelenses enfrentaram vários desafios na coleta de provas.

A reunião para discutir a temática foi requisitada pelo Reino Unido e pela França, membros permanentes do Conselho de Segurança, a pedido de Israel. Autoridades internacionais, como o ministro de Estado do Reino Unido para o Oriente Médio, Tariq Ahmad, expressaram condenação inequívoca à violência sexual em conflitos, enfatizando a necessidade de responsabilizar os perpetradores e fornecer apoio abrangente às vítimas e sobreviventes.

O embaixador francês Nicolas de Riviere, por sua vez, instou os órgãos competentes da ONU a abordar a falta de condenação dos crimes perpetrados pelo Hamas.

Em conclusão, esse é um crime de guerra chocante pela sua gravidade e brutalidade. Esperávamos que a ONU condenasse o Hamas, que finalmente o declarasse uma organização terrorista e que, concentrasse uma pressão incessante para que os terroristas libertassem os reféns – entretanto – de forma estarrecedora, silenciou-se mais uma vez.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, provou que está concentrado principalmente em garantir a sobrevivência dos terroristas do Hamas, e não em ajudar na libertação dos reféns.

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Fonte: Pleno News