Governo aciona Justiça para bloquear R$ 2,56 bilhões de entidades acusadas de fraudar aposentadorias
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Justiça Federal, nesta quinta-feira (8), o bloqueio imediato de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades associativas investigadas por fraudes em benefícios do INSS. O montante representa o valor estimado arrecadado irregularmente por essas entidades, consideradas pela AGU o “núcleo da fraude” que atinge aposentados e pensionistas.
Segundo o ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, as entidades são responsáveis pela maior parte das queixas de descontos não autorizados em benefícios do INSS. A operação busca garantir o ressarcimento dos cofres públicos com os recursos apreendidos.
Além do bloqueio de bens, a União também solicita outras medidas cautelares, como:
- Quebra de sigilos bancário e fiscal dos envolvidos;
- Bloqueio de cartões e movimentações financeiras;
- Suspensão das atividades das associações investigadas;
- Apreensão de passaportes;
- Rastreio de criptomoedas em corretoras.
Seis empresas suspeitas de funcionar como fachada ou intermediárias de propina também estão na mira das investigações. Segundo a AGU, os indícios apontam para a formação de um esquema estruturado de desvio de dinheiro público, em alguns casos com envolvimento de agentes do próprio INSS.
A operação decorre da investigação da Polícia Federal chamada “Sem Desconto”, iniciada após denúncias de aposentados e pensionistas que tiveram descontos realizados sem consentimento entre 2019 e 2024. As suspeitas envolvem um total de R$ 6,3 bilhões em descontos.
O escândalo já provocou mudanças no alto escalão: o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado, e o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão.
Messias afirmou que o governo atuará como assistente nos processos criminais e prometeu punição aos responsáveis: “Não haverá impunidade”. fonte: Agência Brasil / Informe baiano