Fim da greve dos professores e meio ambiente em debate na Câmara
Foto: Antonio Queirós
A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro também mereceu registro na sessão ordinária desta terça-feira (5)
A 45ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Salvador, realizada na tarde desta terça-feira (5) e conduzida pelo presidente da Casa, vereador Carlos Muniz (PSDB), foi marcada por debates sobre a cobrança da aprovação do acordo que selou o fim da greve dos professores municipais, que já ultrapassava 70 dias. Também foram abordados temas como a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e uma denúncia sobre possível crime ambiental.
O vereador Sílvio Humberto (PSB) parabenizou os educadores da rede municipal pela força e resistência durante a greve, e cobrou da Câmara a aprovação do acordo que possibilitou a suspensão do movimento.
“Não foi o ideal, não foi o que a educação pública da nossa cidade merece, porque precisamos de uma educação de qualidade, que nos permita avançar na ciência, na tecnologia. Esse é o ganho necessário para que nossas crianças possam disputar um melhor lugar no mercado de trabalho”, afirmou o parlamentar.
O presidente Carlos Muniz reiterou que essa será uma das pautas prioritárias da Câmara, tão logo o projeto seja encaminhado pelo Executivo Municipal.
Durante os pronunciamentos, o vereador Cezar Leite (PL) informou que vai apresentar uma moção de repúdio contra o ministro Alexandre de Moraes, sendo contestado pela líder da oposição, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), que sugeriu, em contraponto, uma moção de aplausos ao presidente Lula pelas ações realizadas no país.
“Nós vivemos uma anormalidade institucional no Brasil. Isso é evidente nas ações do ministro Alexandre de Moraes. E não me refiro apenas à prisão domiciliar do presidente Bolsonaro, que não foi motivada por roubo, corrupção, desvio de dinheiro público ou ameaça. Foi movida por vingança, raiva, revanche e vaidade”, declarou Cezar Leite, defendendo o direito de manifestação de todos os parlamentares.
Em resposta, Aladilce afirmou que nenhum cidadão brasileiro está isento de responder à Justiça. “A Procuradoria-Geral da República denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro por liderar organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência, entre outros crimes. Portanto, não foi sem motivo que ele foi denunciado e está sendo processado, com previsão de julgamento até setembro”, rebateu.
O vereador Sandro Filho (PP) denunciou um possível crime ambiental na comunidade de Porto dos Cavalos, em Ilha de Maré. “Recebi a informação, presidente, de que uma obra está sendo realizada em desacordo com normas ambientais. A denúncia veio da própria comunidade e, para minha surpresa, a obra seria de responsabilidade de uma vereadora desta Casa que se diz defensora do meio ambiente e do combate ao chamado ‘racismo ambiental’. Precisamos investigar, com urgência, junto à Secretaria de Desenvolvimento Urbano”, declarou, sem citar nomes.
Encerrando os debates, a vereadora Eliete Paraguassu (PSOL) reafirmou o compromisso do seu mandato “Popular das Águas em Defesa dos Manguezais” e no enfrentamento ao racismo ambiental. Ela convidou os colegas para uma visita à Baía de Todos-os-Santos, com o objetivo de verificar de perto a atuação de grandes empresários em áreas vulneráveis, onde, segundo ela, a desigualdade ambiental se agrava.
Fonte da notícia: Diretoria de Comunicação