Deputado Baiano Diz que Lira o Pressionou por Bloquear R$ 1,1 Bilhão em Emendas Sem Autoria
Joilson César / BNews – Arquivo Pessoal – Acervo Câmara dos Deputados
O depoimento do deputado federal José Rocha (União Brasil-BA) à Polícia Federal, no âmbito da Operação Transparência do STF, lança luz sobre o suposto esquema de distribuição de emendas parlamentares bilionárias sem a devida identificação de autores ou beneficiários na Câmara.
O parlamentar baiano, que presidiu a Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (CINDRE) em 2024, revelou que recusou-se a liberar R$ 1,125 bilhão em recursos após receber a solicitação da assessora da Presidência da Casa, Mariângela Fialek, conhecida como “Tuca”.
Rocha relatou aos investigadores que segurou o envio da verba ao Ministério da Integração Nacional, cobrando transparência: “Eu segurei o envio para o Ministério, questionando que eu precisava saber que destinação teriam esses recursos. Quais seriam os beneficiários? Quais seriam os autores?“
A recusa em dar prosseguimento ao ofício sem transparência teria gerado uma reação direta do então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O deputado destacou que todas as remessas de ofícios e planilhas, totalizando valores bilionários, eram encaminhadas exclusivamente por Tuca, sem individualização dos autores e beneficiários dos recursos. Ele preservou as mensagens que comprovam a atuação da assessora, que, segundo Rocha, operava com o mesmo modus operandi em “todas, todas, todas” as comissões da Casa, tendo uma “leitura geral” sobre a distribuição das emendas.
Uma das remessas bloqueadas pelo deputado, no valor de R$ 320 milhões, seria destinada a Alagoas, base eleitoral de Lira. As revelações reforçam as suspeitas de irregularidades na gestão e distribuição de emendas no âmbito da Câmara. Fonte: Bnews

