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Autoescolas protestam na Paralela contra proposta que dispensa curso para tirar CNH

Foto: Redes Sociais

Na manhã desta quinta-feira (23), donos e funcionários de autoescolas de Salvador realizaram um protesto na Avenida Paralela contra a proposta do Governo Federal que retira a obrigatoriedade das aulas em autoescolas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O ato, que reuniu dezenas de veículos e manifestantes, provocou grande congestionamento em uma das principais vias da capital baiana, ocupando duas faixas da pista sentido Centro Administrativo da Bahia (CAB).

A mobilização teve início no Parque de Exposições e seguiu em direção ao Centro Administrativo, onde o grupo buscou chamar atenção das autoridades para os impactos econômicos e sociais da medida. Por volta das 8h, o congestionamento, segundo o aplicativo Waze, se estendia do Wet’n Wild até as proximidades do CAB, afetando o deslocamento de milhares de motoristas.

De acordo com o Sindicato dos Instrutores e Empregados em Centros de Formação Automotores do Estado da Bahia (Siepae), a categoria teme que a proposta leve à falência de centenas de empresas e à demissão em massa de profissionais do setor. Estima-se que mais de 300 mil empregos em todo o país possam ser extintos caso a medida entre em vigor.

“Estamos lutando não apenas pelos nossos empregos, mas pela segurança no trânsito. O aprendizado prático e teórico é essencial para formar motoristas conscientes e responsáveis”, destacou um representante do Siepae durante o ato.

A manifestação ocorre poucos dias após um protesto semelhante durante a visita do presidente Lula à Bahia, quando a categoria se posicionou em frente à fábrica da BYD, em Camaçari, cobrando diálogo e revisão da proposta.

O Ministério dos Transportes, responsável pela elaboração do novo modelo, afirma que a medida tem o objetivo de tornar o processo de habilitação mais acessível e menos burocrático. A proposta, que está em consulta pública até 2 de novembro de 2025 por meio da plataforma Participa + Brasil, prevê a possibilidade de candidatos aprenderem por conta própria antes de se submeterem aos exames teóricos e práticos.

As alterações sugeridas abrangem as categorias de motocicletas, automóveis e veículos de transporte de carga e passageiros. Enquanto o Governo Federal defende que a mudança amplia o acesso à CNH, o setor de autoescolas alerta para riscos à segurança viária e à qualidade da formação de novos condutores, pedindo que o debate avance de forma mais ampla antes de qualquer decisão definitiva. fonte: IB