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Brett King Projeta o Fim dos Cartões e o Domínio do Pix

King citou o Nubank como um modelo global de eficiência – Foto: Caixa/Divulgação

O sistema financeiro global caminha para sua transformação mais radical em milênios, e o Brasil não é apenas um participante: é o líder. Segundo Brett King, futurólogo australiano e autor do icônico Bank 2.0, a infraestrutura tecnológica brasileira — capitaneada pelo Pix — colocou o país 10 anos à frente dos Estados Unidos.

Para o especialista, o sucesso brasileiro está forçando gigantes como Visa e Mastercard a acelerar o abandono do plástico em favor da tokenização e do uso inteligente de dados.

King acredita que o Pix deixará de ser apenas uma ferramenta de transferência para se tornar uma camada universal de transmissão de informações:

  • Open Health: Envio de prontuários médicos instantâneos entre cidadãos e hospitais.
  • Identidade Digital: A substituição definitiva de documentos em papel por sistemas integrados à IA.
  • Conexão Global: A internacionalização do Pix conectando-se a moedas digitais (CBDCs) e blocos como os Brics.

Apesar do entusiasmo com a tecnologia bancária, King mantém um tom cauteloso sobre a Inteligência Artificial. Ele define o cenário atual como uma bolha financeira alimentada por investimentos massivos que escondem um risco social profundo.

Essa disrupção levanta a urgência do debate sobre a Renda Básica Universal. King adverte que, sem regulação, corremos o risco de criar um “feudalismo moderno”, onde o poder tecnológico fica concentrado nas mãos de poucos bilionários.

O futurólogo destacou o Nubank como o padrão ouro de operação mundial. Enquanto a média global de custo/receita dos bancos é de 58%, o banco digital brasileiro opera com apenas 26%.

Este cenário exige uma mudança de postura do Banco Central:

  1. Deixar de ser apenas um regulador de leis.
  2. Assumir o papel de provedor de infraestrutura tecnológica.
  3. Evitar que Big Techs (“caixas pretas”) se tornem mais poderosas que os próprios governos.

Fonte: A Tarde