Violência cresce: Federação e Engenho Velho somam 35 tiroteios e 24 mortos em 2025
Tiroteio no Parque São Brás, no Engenho Velho da Federação, em julho deste ano Crédito: Arisson Marinho/CORREIO*
A escalada da violência tem deixado moradores da Federação e do Engenho Velho da Federação, em Salvador, em permanente estado de medo. Em menos de oito meses, as duas localidades já acumularam 35 tiroteios, com 24 pessoas mortas e 10 feridas, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. O número representa um aumento de 36% em relação ao mesmo período de 2024, confirmando um cenário de maior letalidade nos confrontos.
O mês de agosto, mesmo ainda em curso, já é o mais violento do ano, com nove trocas de tiros registradas, que resultaram em sete mortes e dois feridos. A última ocorrência aconteceu na manhã desta sexta-feira (22), durante uma operação policial nas localidades do Forno e da Baixa da Égua, onde um suspeito foi baleado e outros três homens acabaram presos.
O conflito é impulsionado pela disputa entre facções rivais — Bonde do Maluco (BDM) e Comando Vermelho (CV) — pelo controle do tráfico de drogas na região. As trocas de tiros, muitas vezes em plena luz do dia, já resultaram em mortes de moradores que nada tinham a ver com o crime, como o jovem Erick Santos, de 21 anos, atingido por mais de 30 disparos no último dia 16, após ser confundido por traficantes.
Além das vítimas fatais, o clima de insegurança também atinge diretamente o cotidiano da comunidade. Em julho, após uma intensa troca de tiros no Parque São Brás, aulas de uma creche municipal foram suspensas, deixando mais de 140 crianças sem atividades. Moradores relatam viver sob tensão, com medo de circular pelas ruas em horários de maior risco.
O levantamento mostra que a violência tem sido constante desde o início do ano: janeiro (4 tiroteios, 1 morto), fevereiro (2 tiroteios, 2 mortos), março (2 tiroteios, 3 mortos), abril (8 tiroteios, 6 mortos e 3 feridos), junho (3 tiroteios, 4 feridos), julho (7 tiroteios, 5 mortos) e agosto (9 tiroteios, 7 mortos e 2 feridos até agora).
Com confrontos cada vez mais intensos e frequentes, moradores das duas localidades vivem cercados pelo medo e pela insegurança, enquanto a disputa armada segue impondo luto e desespero às famílias da região. fonte: Correio 24h