Sem o som da Bamor: Bahia encara o Paysandu pela Copa do Brasil em clima de tensão com a torcida organizada suspensa

Torcida Bamor Nova Era na Arena Fonte Nova – Foto: Rafael Rodrigues | EC Bahia

O Bahia entra em campo nesta quarta-feira (21), às 19h30, na Arena Fonte Nova, para enfrentar o Paysandu pela terceira fase da Copa do Brasil. Porém, o duelo decisivo acontecerá com um elemento incomum nas arquibancadas: a ausência do tradicional batuque da Bamor, principal torcida organizada do clube, que está proibida de se manifestar com instrumentos e materiais característicos durante a partida.

A suspensão foi determinada pelo Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (BEPE), como punição aos atos ocorridos no último domingo (18), durante o clássico Ba-Vi pelo Campeonato Brasileiro. Segundo a polícia, a medida tem como base o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público, que visa coibir tumultos e responsabilizar torcedores infratores conforme a Lei Geral do Esporte.

Com isso, a Bamor está impedida de entrar no estádio com instrumentos musicais, faixas, bandeiras ou qualquer elemento visual ou sonoro que costume usar para animar os jogos do Tricolor. A proibição, no entanto, é válida apenas para o confronto desta noite e será suspensa na partida seguinte, desde que não haja reincidência.

Nas redes sociais, a torcida repudiou a decisão e a classificou como “arbitrária e injusta”. Em nota oficial, a organizada afirmou que a punição coletiva contraria um suposto acordo inicial feito com a polícia, que previa sanções individuais aos torcedores identificados por eventuais irregularidades.

“Repudiamos veementemente essa decisão, que se mostra desproporcional e sem fundamentos consistentes. Os motivos alegados para a punição não condizem com a realidade vivenciada pela Torcida e demonstram mais uma vez a tentativa de criminalizar movimentos populares organizados”, destacou a Bamor no comunicado.

A torcida ainda alegou que apresentou provas e argumentos de defesa ao BEPE, mas que não conseguiu reverter a decisão a tempo do jogo contra o Paysandu. Mesmo com as restrições, a Bamor garantiu presença nas arquibancadas e convocou os demais torcedores a apoiar o time com ainda mais força.

“Seguiremos firmes e mais fortes do que nunca nas próximas partidas. Hoje, estaremos nas arquibancadas da forma que nos for permitida, apoiando o Esquadrão de Aço”, concluiu a nota.

Já o BEPE, por sua vez, reafirmou o compromisso com a manutenção da ordem e da segurança nos estádios. O órgão destacou que continua fiscalizando o cumprimento de medidas judiciais e que eventuais violações acarretarão punições firmadas em lei.

“O Batalhão continua fiscalizando o cumprimento da medida judicial que obriga infratores a comparecer ao batalhão em dias de jogos. O BEPE reafirma seu compromisso com a preservação da ordem, da vida e da cidadania, sempre pautado na legalidade”, disse o órgão em nota oficial.

O clima, portanto, será de expectativa não apenas pelo resultado dentro de campo, mas também pela forma como a ausência da Bamor poderá influenciar o ambiente na Fonte Nova. A partida vale uma vaga na próxima fase da Copa do Brasil — e qualquer detalhe pode fazer a diferença. fonte: A Tarde