Botafogo derruba o PSG com estratégia impecável e lidera grupo no Mundial
Renato Paiva enalteceu a torcida e o comportamento do Botafogo na vitória histórica diante do PSG – Foto: Vítor Silva / Botafogo
O Botafogo fez história no Mundial de Clubes ao vencer o poderoso Paris Saint-Germain por 1 a 0, em uma atuação que o técnico Renato Paiva não hesitou em classificar como “taticamente perfeita”. O triunfo, conquistado na última quarta-feira (19) no Rose Bowl, nos Estados Unidos, colocou o Glorioso na liderança isolada do Grupo B, somando seis pontos em dois jogos, e encerrou um longo jejum de clubes sul-americanos contra gigantes europeus no torneio.
Com a vitória sobre os campeões europeus, o Alvinegro agora depende apenas de si para avançar às quartas de final, com o próximo desafio marcado contra o Atlético de Madrid.
Paiva revelou a chave do sucesso: anular o jogo do PSG com a própria arma dos franceses – a coletividade. “Nós fizemos o PSG beber do seu próprio veneno. Hoje, fomos aquilo que o PSG costuma ser: uma verdadeira equipe. Atacamos todos, defendemos todos. Deslizamos todos para a direita, para a esquerda, para frente e para trás. Era a única forma de nos igualarmos a eles”, explicou o treinador.
O técnico português enfatizou que a estratégia não foi focada em marcação individual, o que seria um erro fatal contra o poderio do adversário, mas sim na compactação e no suporte coletivo. “Fomos irrepreensíveis taticamente. Sabíamos que teríamos menos a bola, mas pedi que, quando a tivéssemos, os jogadores fossem eles mesmos, aplicando os princípios do treino. E eles foram. Isso me deixa um treinador absolutamente orgulhoso”, afirmou.
Inspiração e Orgulho
Em um momento de inspiração antes da partida, Paiva revelou ter exibido aos jogadores slides da taça da Liga dos Campeões e da Copa Libertadores lado a lado, ressaltando o peso simbólico do confronto. “Disse aos jogadores: ‘O mundo vai dizer que é quem ganhou a Champions contra quem ganhou a Libertadores. Mas não é. É contra este grupo que está aqui, que é diferente daquele que ganhou a Libertadores. E essa é a nossa maior vitória: sermos nós mesmos'”, compartilhou.
A vitória não foi dedicada apenas à torcida alvinegra, mas também a todo o futebol brasileiro e aos profissionais que atuam no país. “Estou muito feliz pelo Brasil, pelo jogador brasileiro, pelo treinador brasileiro, e também pelos treinadores estrangeiros que trabalham aqui. Isso é histórico. A nossa torcida hoje está muito orgulhosa e isso, para mim, vale mais do que qualquer coisa”, declarou.
Apesar do triunfo histórico, Paiva fez questão de elogiar o adversário e seu colega Luis Enrique, classificando o PSG como “o mais completo do mundo hoje”. Ele reforçou a inteligência tática do Botafogo para anular o poderio do time francês: “Na minha opinião, vencemos a melhor equipe do mundo no momento. Não é pelo espetáculo, mas pela completude em todos os momentos do jogo. Tivemos que ser muitíssimo inteligentes. Analisamos muito os últimos jogos deles e sabíamos que, se deixássemos no mano a mano, seria uma catástrofe.”
Para finalizar, o treinador português deixou uma frase de impacto que resume a façanha: “O cemitério do futebol está cheio de favoritos. A história mostrou isso mais uma vez.” Fonte: A Tarde