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Votação Histórica na Alba: Deputados Decidem Manter a Prisão de Binho Galinha com Ampla Maioria

Deputado estadual Binho Galinha Crédito: Divulgação

A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) registrou um momento inédito na manhã desta sexta-feira (10): a votação para decidir o destino do deputado estadual Binho Galinha (PRD), preso há uma semana sob a acusação de chefiar uma organização criminosa. A sessão, conduzida pela presidente Ivana Bastos (PSD) e que durou cerca de 1h20, culminou na manutenção da prisão do parlamentar.

O rito foi iniciado com a palavra do renomado advogado Gamil Föppel, que defendeu Binho Galinha por aproximadamente 15 minutos. Föppel centrou sua argumentação na defesa do foro por prerrogativa de função, citando a proibição constitucional da prisão preventiva de parlamentares, exceto em caso de flagrante delito — o que, segundo ele, não se aplicava ao caso. O advogado questionou a legalidade da detenção, citando que seu cliente havia participado de audiências presenciais no fórum de Feira de Santana e deixado o local livremente antes da prisão, questionando: “Se houvesse flagrância, ele teria saído pela porta da frente?”.

Após a sustentação da defesa, a votação secreta foi iniciada. Um a um, os deputados depositaram seus votos na urna. Apesar das especulações prévias de que o temor que Binho Galinha supostamente despertava na Casa poderia levar à sua soltura, o plenário decidiu de forma expressiva pela manutenção da prisão. Dos 53 votos registrados (dez deputados não compareceram), 34 foram pela permanência da detenção, 18 pela revogação e houve uma abstenção.

Ao proclamar o resultado, a presidente Ivana Bastos determinou a comunicação imediata da resolução ao Poder Judiciário. O advogado Gamil Föppel criticou veementemente a decisão, classificando-a como um “precedente perigoso” e alegando que a análise não foi técnica, já que os votos não são fundamentados.

Binho Galinha, que é integrante da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e tem sua principal base eleitoral em Feira de Santana, é apontado pela investigação como miliciano e líder de um grupo envolvido em crimes como lavagem de dinheiro, agiotagem e extorsão. O deputado, que atualmente está custodiado em uma Sala de Estado-Maior no Complexo Penitenciário da Mata Escura, nega as acusações. Fonte: Correio 24hrs