Le Pen começa a ser julgada por suspeita de desvio de fundos europeus
A líder do partido de extrema-direita francês Rassemblement National (RN), Marine Le Pen, e outros 26 membros do partido começaram a ser julgados nesta segunda-feira sob acusação de desvio de fundos europeus. A investigação, que já dura quase uma década, apura o uso indevido de recursos destinados a assistentes parlamentares entre 2004 e 2016.
Os promotores suspeitam que, de forma coordenada e deliberada, os representantes do RN desviaram os valores de 21 mil euros mensais, destinados a cada eurodeputado pela União Europeia (UE), para custear assistentes que, em vez de trabalharem exclusivamente para o Parlamento Europeu, atuavam parcial ou integralmente para o partido.
O processo envolve 11 eurodeputados eleitos pelo RN, 12 assistentes parlamentares e quatro funcionários do partido. A investigação teve início em março de 2015, quando o Parlamento Europeu encaminhou ao órgão antifraude da UE possíveis irregularidades nos pagamentos dos assistentes parlamentares da FN (antigo nome do RN).
Em 2016, o caso foi transferido para juízes de instrução financeira em Paris, e, em 2017, Marine Le Pen foi formalmente acusada de abuso de confiança e cumplicidade, com as acusações sendo posteriormente alteradas para desvio de fundos públicos.
O Parlamento Europeu calcula que, entre 2009 e 2017, as perdas totais relacionadas ao esquema de desvio podem chegar a 6,8 milhões de euros (cerca de 41.480.000 reais)
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