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Jovem é Morto Durante Abordagem da PM em Piracicaba; Família Denuncia Excesso

Segundo boletim de ocorrência, jovem teria reagido à abordagem e segurado pedra para ameaçar PMs  |    Reprodução/Redes sociais

Um jovem de 22 anos, identificado como Gabriel Junior Oliveira Alves da Silva, morreu após ser baleado na cabeça durante uma abordagem da Polícia Militar na noite da última terça-feira (1º), no bairro Vila Sônia, em Piracicaba, interior de São Paulo. O caso gerou indignação entre moradores e levantou questionamentos sobre a conduta dos policiais envolvidos.

Segundo o boletim de ocorrência, Gabriel teria resistido à abordagem e, de acordo com os agentes, pegado uma pedra para agredir a equipe. O disparo fatal foi efetuado pelo policial Júnior César Rodrigues. Ele estava acompanhado da esposa, Rebeca Mirian Alves Braga, de 19 anos, que está grávida e também teria reagido à ação policial.

Vídeos registrados por testemunhas mostram o momento em que Rebeca é puxada por um policial, seguido pelo som do disparo que atingiu Gabriel. Nas imagens, moradores gritam em choque: “Matou o menino!”. O jovem chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba, mas não resistiu aos ferimentos.

Um detalhe que intensificou as suspeitas de abuso na abordagem foi o fato de os dois policiais envolvidos na ação, Leonardo Machado Prudêncio e Júnior César Rodrigues, não estarem utilizando câmeras corporais no momento do ocorrido. Suas armas foram apreendidas para perícia.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso está sob investigação da 3ª Delegacia de Homicídios do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deinter 9) e que a Polícia Militar também abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta dos agentes. “A instituição não tolera desvios de conduta ou excessos e ressalta que, se constatadas irregularidades, os envolvidos serão devidamente responsabilizados”, declarou a SSP em nota oficial.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Piracicaba, Gustavo Henrique Pires, afirmou que há indícios de “excesso” na ação policial e que a entidade poderá tomar medidas legais contra os agentes envolvidos.

Gabriel deixa a mãe, a esposa grávida e dois filhos pequenos. O caso gerou comoção na comunidade e reacendeu debates sobre abordagens policiais e a falta de transparência em operações sem registro por câmeras corporais. fonte: Bocão news